sexta-feira, 4 de abril de 2008

Crazy Train - Show do Ozzy

(ou "o porque de agora eu poder morrer em paz") Salve pessoal...
Nesse momento estou dando graças a Deus pelo blog ser escrito. Se fosse falado, eu não poderia atualizar por dias. Minha garganta dói demais, não consigo falar direito, e minhas pernas mal sustentam meu corpo nesse momento. As articulações doem, as costas também (afinal, o que eu levei de cotovelada lá perto da grade não foi brincadeira). Mas tudo isso não é nada se comparado ao show maravilhoso que eu vi ontem. Épico, essa é a palavra que descreve o show.

Cheguei na Rio Arena por volta das 4 da tarde, e já devia ter umas 2 mil pessoas lá. O pessoal da fila gritava "Ido ido ido, o Korn ta falido", já anunciando que lá dentro ia ter conflitos entre fans de BLS/Ozzy X Korn. O que não ocorreu em momento nenhum, apesar das (poucas) rodas de porrada que ocasionalmente surgiam, mas que não tinham um grupo específico como alvo.
Era possível ver gente de todo tipo, todos vestindo roupas pretas, e de várias faixas etárias. Fans velhos e novos de Ozzy comemoravam juntos o retorno do Madman, numa festa muito bonita e organizada.

O show do Black Label Society
O palco já estava com uma cortina preta erguida quando os portões foram abertos. Tinha o símbolo e o nome do BLS, uma caveira gigante já recepcionava os felizardos que chegaram para ver a banda de stoner metal tocar. Exatamente às 7:30 as luzes se apagam e o povo vai ao delírio, todos começam a gritar Zakk! Zakk! Zakk!. Muitos ainda não haviam chegado, e por esses eu só tenho a lamentar. A música então começa a tocar.

Eis que a cortina cai e surge ele, o mestre Zakk Wylde, com uma Gibson Flying V Bullseye (aquela com a clássica pintura preta e branca), já mandando ver no vocal e nos seus riffs pesados, tocando New Religion.

A galera enlouquece, todos se fundem em uma grande massa humana e começam a pular descontroladamente, erguendo as mãos e saudando o ídolo (qualquer semelhança com um culto não é mera coincidência). Você pulava e ao descer, já não havia mais espaço. Até aí tudo bem, se não fosse meia-dúzia de palhaços que resolveram causar um empurra-empurra tremendo, tornando impossível ver o show. Fui obrigado a ir um pouco mais para trás onde não havia tumulto, e aí sim pude apreciar o show. E que show. Zakk sabe como se portar no palco, tem muita atitude. A banda bem entrosada, todos se entendiam muito bem ao tocar. Apesar de saber que era o Zakk quem atraía todas as atenções, eles foram muito profissionais e tocaram com energia também, não deixaram se ofuscar pelo Wylde (não muito, pelo menos). Zakk deitou e rolou, tocando guitarra nas costas, com o dente...simplesmente foda. Ao final de toda música, Wylde (que é cristão) fazia o sinal da cruz, batia no peito e apontava para cima, além de beijar suas guitarras (5 modelos diferentes de guitarras Gibson personalizadas.

O som começou com os vocais um pouco baixos em relação aos demais instrumentos da banda, o que não prejudicou muito o show. Mas logo o problema foi resolvido e o somo ficou ótimo. O set list do Black Label Society foi bem equilibrado, mas poderia ter sido maior. Mas não se pode esquecer que eles eram "apenas" a banda de abertura.

Foi uma apresentação muito boa, com destaque para Zakk Wylde e todos os seus companheiros, que mostraram grande energia e empolgação para tocar diante de uma multidão agitada que conhecia todas as letras. Só eles já teriam valido o preço do ingresso, mas a noite estava apenas começando.

Set list:
1-New Religion
2-Been a Long Time
3- Suffering Overdue
4-Bleed for Me
5-Suicide Messiah
6-Fire It Up
7-Black Mass Reverends
8-Concrete Jungle
9-Stillborn

O show do Korn
Antes de continuar, uma ressalva: eu não gosto do Korn. Não fui para vê-los, não me identifico com eles. Mas tenho que tirar o chapéu para a banda. O vocalista Jonathan Davis (com um saiote verde camuflado) cantou com muita energia e presença de palco, assim como o baixista Fieldy. Porém o mesmo não pode ser dito de Munky, o guitarrista. Ele ficou a maior parte do tempo parado tocando, e não se moveu pelo palco. Não sei se isso é do estilo dele, mas foi assim que ele fez. Alguns fans chegaram inclusive a jogar garrafas nele (o que eu achei um absurdo, se não gosta, não assista ao show).

Destaque para a percussão do show. A banda tem um baterista INSANO. Eu fiquei assistindo à apresentação do lado do palco, na frente das caixas de som, e meu amigo...meu ouvido quase explodiu. O local todo tremia com as batidas, algumas vezes cheguei a pensar que a estrutura de metal das luzes, que fica pendurada na frente do palco, fosse cair. Ponto pra eles.

Teve uma hora que o Korn usou um truque sujo pra chamar a atenção da galera. No meio da música Coming Undone, eles emendaram uma parte de We Will Rock You, do Queen. Nesse momento até quem odiava Korn participou da festa, todos os presentes cantando junto. Eles não precisariam disso, pois as pessoas já estavam bem envolvidas no show, mas fizeram mesmo assim. Melhor pra nós.

O set list foi:
1-Right Now
2-A.D.I.D.A.S.
3-Hold On
4-Falling Away From Me
5-Coming Undone/ We Will Rock You
6-Here to Stay
7-Starting Over
8-Faget
9-Freak on a Leash
10-Evolution
11-Somebody Someone
12-Got the Life
13-Blind

No final o baterista jogou todas as baquetas pra galera. Fizeram um show maior que o do Black Label (em termos de duração), bem energético e sem pontos negativos, fora as rodinhas de porrada que seus fans fizeram. Mas tudo bem, faz parte. Então eles sairam do palco para o momento que todos esperavam...

O show do Ozzy Osbourne
Nessa hora eu já sofria de palpitações, contando os minutos para as 22:00h, início do show.
Já era 22:10 quando uma voz encheu o ar, cantando "Olê Olê Olá", ainda com as luzes acesas e sem nenhum tipo de aviso prévio. Todos se perguntavam quem era, quando a mesma voz solta uma gargalhada muito familiar. Sim, era ele mesmo, Ozzy Osbourne.

Então tudo ficou escuro, e clipes de filmes e seriados começaram a surgir no telão. Primeiro Piratas do Caribe. A reação de todos foi perguntar "que porra é essa??". Mas então a surpresa: Ozzy no lugar do pirata Jack Sparrow! E assim foi com os outros clipes, com Ozzy assumindo papéis de personagens da TV em montagens com os atores reais em cena. A cena dele cagando no chão, na paródia de The Office, e embaixo da saia da rainha da Inglaterra foram impagáveis. Então os clipes acabam e...

Surge a lenda.

Eu não posso expressar com palavras a emoção daquele momento. Todo de preto e com seu clássico óculos escuro, Ozzy saudou a platéia incrédula e foi até o microfone. Ao mesmo tempo Zakk Wylde já fazia os primeiros acordes de I Don't Wanna Stop. Nossa...foi uma injeção de emoção em todo mundo.
Ozzy jogava baldes de água na platéia, como faz em seus shows. A galera pulava e levantava as mãos no ar, todos cantando a letra em uníssono. O madman estava animado, muito lúcido, e cantou muito bem o show inteiro. Ozzy voltava a ser jovem novamente diante da platéia carioca.

Logo depois da primeira música, ele perguntou como as pessoas estavam. Melhor impossível. Então começou a cantar Bark at the Moon, a platéia toda sempre acompanhando. Lá pelo meio da música o madman fez mais um de seus atos clássicos, mostrou a bunda pra platéia. A multidão foi ao delírio com isso. O tempo todo ele falava "Let's get fucking crazy!!!" e todos estavam mesmo, como loucos diante daquele momento único.
Vendo a inigualável animação da platéia, Osbourne chegou a se ajoelhar no chão e prestar reverência para todos, enquanto Zakk tocava as músicas perfeitamente. Definitivamente Wylde não é um "músico de estúdio". Um dos melhores momentos foi quando jogaram um par de chifres vermelhos no palco, que o madman logo tratou de colocar na cabeça, para delírio de todos. Momentos depois um morcego de plástico foi jogado no palco, e Ozzy colocou o morcego na boca, fazendo até mesmo o fechado Zakk rir. A multidão os presenteava com todo tipo de coisas, Osbourne chegou até mesmo a pegar um colar jogado para ele e guardar no bolso.
Presença de palco nota 10. Ozzy corria por todo o palco, jogando baldes d'água nas pessoas (fazendo a chamada "bênção") e pedindo palmas. Ele estava tão animado e revigorado que cantou a lendária música do Black Sabbath, Iron Man (embora sem o solo final). E à pedidos do público, cantou No More Tears também.

Eles voltaram ainda para um bis, com Mama I'm Coming Home. Nessa música, Wylde usou uma Gibson Double Neck. Então Ozzy disse a multidão então começou a gritar "one more song! one more song!". Mais uma vez Osbourne atendeu aos pedidos e cantou Paranoid, outro clássico do Black Sabbath. E foi nessa música que a confusão começou.

Set list:
1-I Don't Wanna Stop
2-Bark at the Moon
3-Suicide Solution
4-Mr. Crowley
5-I'm Not Going Away
6-War Pigs
7-Road to Nowhere
8-Fire in the Sky
9-Crazy Train
Zakk Wylde Solo (10 minutos!)
10-Iron Man
11-No More Tears
12-I Don't Know
13-Here for You
14-I Don't Wanna Change the World

bis
Mama I'm Coming Home
Paranoid

A confusão com a guitarra do Zakk
Com um minuto da música Paranoid, Zakk Wylde desafia algumas pessoas da platéia, apontando para elas. Ele então pega sua guitarra e arremessa para a galera. Sim, ele jogou a guitarra. Mas não foi qualquer guitarra...foi sua Gibson de estimação, a chamada The Rebel. Única no mundo (ele até encrustou tampinhas de cerveja no corpo da guitarra), essa é a única que ele não poderia ter jogado em hipótese nenhuma. Se fosse uma das Gibson Signature que ele tem, qualquer coisa era só comprar outra na loja. Mas o mesmo não vale para essa The Rebel, que foi dada a ele por uma custom shop em 1988.

Logo depois de jogar a guitarra, Zakk Wylde tira as botas e se lança na platéia! A multidão delira com o stage diving, mas na verdade a finalidade de Wylde é outra: recuperar sua guitarra de estimação. E ele se atraca com 2 ou 3 pessoas enquanto as demais roubam coisas dele, como cinto e anéis. Até a calça dele abaixaram e deram tapinhas em sua bunda. Ele não estava se importando: só queria a guitarra de volta, e rápido!. Então ele foi fagocitado pela multidão, para desespero dos seguranças.

Logo depois ele reaparece e os seguranças conseguem puxá-lo de volta, mas sem a guitarra. Nesse momento todo o pessoal da crew do Zakk e os seguranças estavam ali, segurando o guitarrista (que queria pular de novo) e tentando pegar a guitarra de volta. Um doente se aproveitou da confusão para subir no palco e ser jogado de volta por um segurança. Tudo isso enquanto a banda continuava tocando, e o Ozzy rindo da cena e agitando a platéia.

Zakk então sobe de volta ao palco e fica olhando para a multidão, esperançoso de ter seu instrumento de volta, quando um segurança devolve a guitarra para ele. Sem o headstock (parte de cima). Sim, quebraram a guitarra de estimação dele. Na confusão, aparentemente ela caiu e foi pisoteada pelas pessoas que queriam tocar nele.

Muito puto, Zakk ergue a guitarra quebrada para a platéia e a joga no palco. Ele ainda foi muito profissional e agradeceu a platéia pela atenção. Afinal, não é culpa de todos que uns animais tenham feito isso.

É difícil apontar certos e errados nessa história. Zakk nunca deveria ter jogado AQUELA guitarra (embora jogar guitarras seja comum em seus shows). E as pessoas deveriam ter tido um mínimo de educação para devolver o instrumento, que tem muito valor sentimental para ele. Jamais poderiam tê-la pisoteado. De qualquer forma, esse sem dúvida foi o ponto alto do show.
Veja a guitarra que foi jogada, na mão esquerda do Zakk (clique para ampliar):
Vejam um vídeo desse momento (dá pra me ouvir gritando xD):




Concluindo
O evento foi de um preço honestíssimo (90 reais a meia entrada), e todos foram puta shows, especialmente o do mestre Ozzy. Apesar do ocorrido com a guitarra do Zakk, o sentimento geral era de que todos da banda gostaram muito do carinho do público. Empolgado, Ozzy até mesmo prometeu: "Faz tanto tempo desde o último show aqui. Eu prometo a vocês que não demorarei tanto para retornar novamente. Amo vocês todos!" Enquanto isso parece difícil de se realizar (essa segundo ele era a última turnê), fica aí a esperança de que um evento épico como esse possa se repetir. Ozzy Osbourne, que os deuses do rock te abençoem.

Outros vídeos do show:

Ozzy cantando No More Tears a pedido do público:

Mama I'm Coming Home, com Zakk usando Gibson de 2 braços:

Mr. Crowley, clássica, com Ozzy ajoelhando fazendo reverência ao público:


A bonita Road to Nowhere (chorei nessa):

3 comentários:

Anônimo disse...

parabens.Primeiro post "critica de show",começamos bem,playlists completos,videos que sendo feitos do publico(que na media fik uma merda)bem razoaveis e principalmente: Voce demonstrou perfeitamente o que é um fã realizando um sonho e se sentindo mais completo.
Espero otros shows...

Lopezz disse...

então segura que eu vo analisar amanhã o show do rod stewart xD

vlwww pedro

Will Hardy disse...

cara acabei de conheçer se blog quando procurei por zakk wild cristão,e saiba q vc já ta nos meus favoritos,otimo blog parabens